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21 de julho de 2021

Minha Trajetória Gamer – Parte 1

Hoje vou contar um pouco sobre minha relação com os games. É comum ver nas redes sociais hoje em dia, pessoas pedindo credenciais para ter certeza de que a pessoa realmente joga vídeo game. Já adianto que ninguém é obrigado a provar que é gamer, mas devemos concordar que para ter relevância sobre o assunto é necessário ter no mínimo, alguma vivência na área.

Tudo começou em meados da primeira metade dos anos 90. Lembro que ficava à frente da TV assistindo a Rede Manchete. Não é segredo pra ninguém que a emissora tinha toda a atenção da criançada por causa dos desenhos, animes e tokusatsus que exibia. A emissora no entanto, não era 24 horas voltada para o público infantil, então quando não estava diante dessa sessão de hipnose eu ficava mudando de canal tentando buscar alguma programação interessante.

Não era tão difícil escolher um canal, já que na época haviam poucas emissoras, tanto que a TV de casa não tinha nem 10 botões de programação de canal. Mas um fato interessante me ocorreu. Quando coloquei no famoso Canal 3 (quem já jogou usando a caixinha moduladora RF vai entender) tive uma surpresa. Estava passando o jogo do Robocop, lançado para NES em 1989. O jogo estava tão nítido na minha TV que qualquer um que o visse poderia jurar que o console estava conectado a ela.

Se não fosse assim, era um modelo muito parecido.

Eu não tinha ideia do que estava acontecendo, mas passei a acompanhar aquele fenômeno. Ficava horas assistindo ao jogador anônimo movendo o personagem pra lá e pra cá, matando inimigos e morrendo. Posso afirmar que essa foi minha primeira experiência assistindo a uma live. Eu tanto me divertia quanto me frustrava com as decisões do jogador. Às vezes, minha vontade era de ir lá tomar o controle das mãos dele e mostrar como se joga. Parece que meus desejos foram atendidos.

Você já teve a sensação de controlar – ou interagir com – alguma programação sem usar algum mecanismo para isso, como que por força do pensamento? Pois é, eu tive essa sensação umas 3 vezes. Uma delas foi conversar com a Vovó Mafalda pela TV (eu juro que ela falou comigo), outra foi com aquele programa interativo do Hugo (falarei dele em outra oportunidade) e a outra foi com este jogo do Robocop.

Durante alguns momentos dessa jogatina eu fazia um esforço mental e usava um joystick imaginário para controlar o Robocop no game. Eu tinha essa ligeira impressão, pois em determinadas partes do jogo era como se o personagem ficasse confuso, sem saber para onde se mover. Era como se eu forçasse ele a ir para um lado enquanto que o jogador anônimo tentava ir para o outro. Até hoje eu não tenho certeza de como aquilo acontecia, mas na minha cabeça de criança da época funcionava e eu me divertia muito.

Eu preciso jogar dele de verdade um dia.

Enfim, imaginei que fosse possível contar minha jornada gamer em uma única postagem, mas percebi que esse é só o começo dela e vou precisar de outras. Aguardem, pois tem muito mais histórias de onde essa veio.