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25 de agosto de 2022

Minha Trajetória Gamer – Parte 7

Antes de continuar, recomendo que leia a Parte 6.

Finalmente chegamos a uma nova etapa dessa jornada. Assim como muitas crianças dos anos 90, eu não fui possuidor de um console da geração de 16 bits. No entanto, posso dizer que aproveitei muito a Era dos Fliperamas.

Um ponto que quero abordar antes de continuarmos é que a era dos fliperamas se passou em diversos momentos da minha vida, mas para não quebrar o clima entre as gerações, preferi deixar tudo em um só relato.

Na época em que eu tive contato com fliperamas, eu devia ter uns seis ou sete anos de idade. Lembro que ia na padaria comprar pão e ao lado dela havia um estabelecimento cheio de máquinas de fliperama. Devia ter facilmente umas dez unidades por lá. Tudo aquilo me deixou encantado, pois na época eu nem tinha meu Dynavision e o Atari era um videogame que eu mal tinha jogado.

Não era exatamente desse jeito, mas serve para ilustrar

Costumava ficar brincando muito na rua aquela época e um dia resolvi me aventurar e fui até o fliperama. Aquele lugar vivia cheio, principalmente aos finais de semana. Era normal você assistir os caras jogando Street Fighter II ou Mortal Kombat, principalmente no modo versus. Entretanto, apesar de gostar de jogos de luta, eu nunca fui muito fã de jogos competitivos.

Em todo caso, não eram somente os jogos de luta que faziam sucesso nos fliperamas. Um jogo em específico me chamava muito a atenção. Tenho certeza que você já deve ter ouvido falar de Cadillacs and Dinosaurs e se não ouviu, deveria dar uma chance.

Cadillacs and Dinosaurs é um dos melhores jogos de briga de rua (Beat 'em Up) que eu já tive a oportunidade de jogar. Imagina só sair por aí descendo a porrada em um monte de bandidos, dinossauros e de quebra ainda dar um rolê de Cadillac?

O jogo foi desenvolvido e publicado pela Capcom e é baseado em no quadrinhos Xenozoic Tales, de 1987 e te coloca no controle de um dos quatro personagens do jogo, Jack Tenrec, Hannah Dundee, Mustapha Cairo e Mess O'Bradovich. Sua missão é acabar com os atos terroristas de uma gangue conhecida como Black Marketers.

Nada melhor que iniciar a pancadaria ao lado dos amigos.

O que mais me chamava a atenção no jogo era a oportunidade de compartilhar a aventura com outras pessoas e foi assim que descobri minha paixão por jogos cooperativos. A máquina de fliperama comportava até três jogadores simultaneamente, o que tornava a jornada divertida, mas não necessariamente mais fácil.

Dentre os personagens, o que eu mais gostava de jogar era o Mustapha. Além de estiloso, com aquela roupa verde e amarela, ele tinha o golpe especial mais legal de todos – o famoso Tek Tek Tugen (Tatsumaki Senpukyaku) do Ken e Ryu, ou pelo menos é bem parecido.

O problema é que eu nunca consegui chegar no final do jogo naquela época. Isso só ocorreu anos depois quando emuladores eram uma realidade de muitas pessoas.

Lembro de outra vez a qual levei meu irmão mais novo comigo no fliperama. Era um dia tranquilo e o lugar estava vazio. Naquele dia não tínhamos dinheiro pra jogar, mas o dono do fliperama foi legal em nos ceder algumas fichas para jogar Samurai Shodown, que era a única máquina da qual ele era dono.

Desenvolvido e publicado pela SNK em 1993, Samurai Shodown era um jogo de luta com propostas diferentes dos já consagrados Street Fighter II e Mortal Kombat. Nele, você controla personagens do século 18, mais precisamente no Japão feudal e estes portavam armas.

Samurai Shodown: Melhor que as facas Ginsu 2000.

O jogo era show de visual no que diz respeito aos cenários. Estes eram bem detalhados e coloridos, dando aquela sensação de imersão enquanto jogava. Os golpes dos personagens também eram bonitos de se ver. Toda vez que um golpe era desferido, o sangue do oponente jorrava. Embora meu irmão e eu não tivéssemos ideia de como jogar, o apertar aleatório de botões rendiam boas cenas de luta. Pelo menos aos nossos olhos.

Mas nem tudo são flores e uma hora a brincadeira acaba. Perdi a conta de quantas vezes saí arrastado de lá pelos meus pais, às vezes deixando até uma ficha de graça pros outros.

Pensei que ia conseguir contar toda essa aventura sobre fliperamas em apenas uma postagem, mas pelo que vi, vou precisar de mais delas. Então, até a próxima!